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Aventura
Projeto Homem
Livre: administrador mineiro
percorre o mundo de bike
Ideia é percorrer 50 países e 43 mil km, em quase mil dias. Veja as etapas de sua viagem e o relato “Un free ragazzo til globe terreste!”
O Projeto Homem Livre, dividido em 8 etapas, teve início em Belo Horizonte, no dia 8 de agosto de 2008, quando o administrador Danilo Perrotti Machado seguiu a Estrada Real até a cidade do Rio de Janeiro. De lá, embarcou em vôo para a Europa, iniciando a 2ª etapa, passando por países como Inglaterra, Holanda e Noruega, cruzando a Europa até chegar à Grécia. A 3ª etapa, no Oriente Médio e África, teve início na Turquia e finalizou nos Emirados Árabes. A Ásia, 4ª etapa da viagem, que está em andamento, começou no Irã e terminará na Indonésia. Na próxima fase dois países serão percorridos: Austrália e Nova Zelândia. Canadá e Estados Unidos da América são os próximos, representando a 6ª etapa.
Dos Estados Unidos, Danilo chega ao México, iniciando a 7ª etapa, que percorre países como Honduras e Nicarágua, chegando ao Panamá. A 8ª e última etapa – na América do Sul - tem início na Colômbia, passa pela floresta amazônica e chega a Minas Gerais, em Belo Horizonte, onde a viagem começou.
No Caminho de Compostela
O desejo de embarcar na aventura surgiu quando ele fazia o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. “Morava há dois anos na Europa e saí de bicicleta para fazer o caminho. Passei por cinco países e pedalei cerca de 4,3 mil quilômetros, por 56 dias”, conta. Ao chegar ao seu destino, Machado decidiu que iria até o Marrocos. “Foi aí que percebi que tinha condições de dar a volta ao mundo e voltei ao Brasil com planos para essa viagem”, explica.
Projeto Homem Livre
Depois de amadurecer a idéia, Machado criou o projeto Homem Livre, com o objetivo de impulsionar as pessoas a seguirem seus sonhos, a fazerem o que gostam e serem livres para escolher, enxergando a vida por um novo ângulo. “O projeto busca ainda mostrar o mundo para o mundo. Como estarei em contato com culturas e povos diferentes, acabo me inserindo na realidade dos países em que chego e passo a ter propriedade para mostrar aqueles costumes. Considero-me um intermediador de culturas em um mundo onde não existam fronteiras, governos ou religiões, mas apenas um planeta chamado Terra”.
O Homem Livre tem como base filosófica o pensamento de alguns estudiosos, como o norte-americano Joseph Campbell, famoso por seus estudos de mitologia e religião comparativa. “Toda essa base teórica permeia nosso pensamento e pode ser compreendida nas ações que incentivamos buscando sempre a realização e a liberdade do indivíduo”, ressalta. Machado dedica-se, ainda, ao estudo de povos e culturas, como o budismo, hinduísmo e o islamismo. Ele observa que estará ao encontro de várias culturas diferentes, que merecem ser compreendidas e respeitadas. “Por isso é necessário estudá-las.”
Site interativo
O Projeto Homem Livre conta com um site próprio, inovador, que será o canal de comunicação entre o esportista e seu público, que poderá acompanhar de perto a aventura. Clicando no link “rota”, é possível localizar qual parte do planeta o esportista estará percorrendo. Na medida em que ele for chegando às cidades, sempre que possível fará a atualização com novas fotos. “Levarei ainda uma microcâmera que gravará algumas partes da viagem. Os vídeos serão postados no site e isso fortalece a idéia do Homem Livre, que sai viajando pelo mundo”, destaca. Além disso, há uma parte destinada ao “mural”, na qual os internautas poderão deixar mensagens de incentivo ao esportista. O endereço do site é o www. homemlivre.com.
Criança livre
Outro objetivo do Homem Livre é angariar fundos para crianças carentes. Por meio do projeto Criança Livre, e em conjunto com duas entidades filantrópicas, o esportista pretende levantar recursos pelos países visitados para auxiliar crianças carentes no Brasil.
Veja a seguir seu relado de viagem.
Un free ragazzo til globe terreste!
Danilo Perrotti Machado
Não pensem que fiquei louco, mas as misturas de culturas, costumes e línguas já fazem parte da minha cabeça e de mim. Este sou eu, Danilo Perrotti Machado - Um Homem Livre pelo planeta terra! Depois de percorrer 30.591,80 km em 40 países de bicicleta e aguardando mais 15 pela frente, escrever assim é quase fácil. Espanhóis, ingleses, italianos, dinamarqueses, franceses, árabes, indianos e chineses... Enquanto passo pelas estradas de cada país tenho cada vez mais forte uma certeza, todos os seres humanos são semelhantes. Longe do Brasil desde 8 de agosto de 2008 nessa viagem ao redor do mundo, me surpreendi com o quanto os povos são hospitaleiros, e, principalmente os brasileiros!
Meu objetivo é ver um mundo sem fronteiras, onde não haja divisão entre povos e credos, conhecer cada cantinho do planeta e fazer contato com novos costumes e pessoas. A bicicleta foi a forma perfeita que encontrei para me inserir com facilidade na cultura de cada país, além de ser um meio de transporte barato e simples. Neste trajeto tenho sido recebido na maioria dos países com um sorriso enorme no rosto, seguido de olhares atentos e curiosos. E por mais incoerente que possa parecer a alguns, os povos do Oriente Médio, de religião islâmica, são os mais receptivos, faz parte da sua tradição tratar bem os estrangeiros. Quando passo de bike as crianças correm atrás de mim, me tocam, as mulheres da porta das casas olham de longe, os homens se aproximam com perguntas curiosas, como de onde eu venho, o que estou fazendo ali, para onde estou indo.
Em Oman, por exemplo, sempre recebia convites para almoçar e quando estava atravessando o deserto, os carros paravam e ofereciam água, comida, carona e até mesmo dinheiro. Na Turquia, Ásia, recebi vários convites para comer e tomar um “Chai Turco”. Muitas vezes no Irã os carros paravam e ofereciam frutas e bebidas. Agora, fora dos países islâmicos, fui muito bem recebido no Nepal, Sri Lanka, Laos e Camboja. Já a Europa... é fria até mesmo no comportamento das pessoas.
Um fato engraçado aconteceu no Sri Lanka, onde as pessoas são muito simples e com um baixo nível de estudo. Lá muitos não conhecem o Brasil, sempre vinham com um cumprimento em inglês. “Hello! Are You From?” Eu dizia: Brazil - South America. E eles concordavam: “Ah! América”, achando que eu era dos Estados Unidos. Já quando as pessoas conheciam o Brasil a conversa sempre levava a um nome de jogador de futebol.
Queria ouvir, tocar, sentir e ver o planeta com meus olhos, movido pelo meu próprio esforço físico e sentindo a poeira, o suor, o vento e a brisa no meu rosto. Retorno ao meu país tupiniquim em 11 de novembro de 2011, somando três anos, três meses e três dias de viagem ao redor do planeta terra.
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*Danilo Perrotti Machado é mineiro, administrador e esportista
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